
Elas chamam tal “anomalia” de cankles, que é a mistura de calf (batata da perna) e ankle (tornozelo). Ter um cankle significa que as duas partes se emendam, dando aquele aspecto de “tronco de árvore”, segundo definição do cirurgião plástico Ruben Penteado, do Centro de Medicina Integrada.
Segundo o médico, o equilíbrio estético das pernas femininas depende de três fatores principais: comprimento, circunferência e forma. O cankle está presente quando o diâmetro inferior da perna e o do tornozelo se aproximam do diâmetro da parte superior da perna, o que dá ao conjunto uma aparência desproporcional. “Em geral, este desenho do corpo é geneticamente pré-determinado, mas o problema se agrava com o ganho de peso. Exercícios físicos e dieta nem sempre melhoram esta desproporção”, explica o médico. A ex-candidata repuplicana à Casa Branca Sarah Palin e a secretária de Estado e ex-primeira dama Hillary Clinton são frequentemente alvo de piadas por conta de seus cankles.
Nos Estados Unidos, a febre dos exercícios específicos para os tornozelos já começou nas academias de ginástica, segundo matéria do Wall Street Journal. Além, é claro, das dietas específicas. Sal, por exemplo, é um veneno, que faz tudo - e isso inclui os tornozelos - inchar. Há, ainda, alguns tipos de bandagem para se usar durante a noite que estão ficando populares entre as americanas. Se multiplicam os sites sobre o assunto, como o Say no to cankles (diga não aos cankles).
Quando nada disso dá certo, parte-se para a lipoaspiração da área. Mas trata-se de um procedimento muito delicado. Ruben Penteado alerta: “Esta região do corpo, por se tratar da extremidade inferior, costuma acumular mais líquido do que gordura. As mulheres, especialmente as obesas e aquelas que sofrem de problemas vasculares como varizes, têm maior tendência a estes acúmulos devido à ação de seus hormônios. Portanto, uma intervenção cirúrgica nesta região pode, por conta do traumatismo causado, piorar ainda mais a situação”.